Pedreiro do ES preso em ato terrorista em Brasília é acusado de violência doméstica e proibido pela Justiça de se aproximar da ex
O pedreiro Charles Rodrigues dos Santos, de 41 anos, da Serra, na Grande Vitória, está na lista dos bolsonaristas radicais presos após os atentados terroristas na Praça dos Três Poderes em Brasília, no último domingo (8).
O g1 tentou localizar a defesa de Charles, mas não havia conseguido contato até a publicação desta reportagem.
O nome de Charles consta na lista de detidos pela Polícia Federal que foram levados para a penitenciária da Papuda, no Distrito Federal.
De acordo com informações divulgadas pela Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF), Charles passou por audiência de custódia na manha desta quinta (12).
Até a última atualização da lista de detentos publicada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) do Distrito Federal na tarde de quinta, Charles seguia preso.
Charles Rodrigues dos Santos é acusado de violência doméstica pela Justiça ES e está proibido de se aproximar da ex. — Foto: Reprodução/Facebook
Em dezembro de 2019, o Ministério Público do Espírito Santo moveu um processo contra o pedreiro por violência doméstica. A vítima é uma ex-companheira dele.
Em março de 2020, o juiz Marco Aurélio Soares Pereira, da 6ª Criminal do Estado do Espírito Santo, na Serra, determinou uma medida protetiva em favor da ex-companheira de Charles, e proibiu o pedreiro de se aproximar a menos de 500 metros dela.
Na mesma decisão, Charles também foi proibido de frequentar locais em que ele e a ex costumam ir, como bares, restaurantes e locais de trabalho.
A decisão (leia abaixo) foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico em maio de 2021, após um ano e três meses da decisão, já que Charles não foi encontrado para ser intimado nesse período.
Sentença que determina medida protetiva para a ex-companheira de Charles — Foto: Diário da Justiça Eletrônico/Reprodução
Na sentença, o juiz destaca que “tendo em vista os fatos narrados e os elementos até então coletados pela Autoridade Policial, em especial a declaração da vítima, existem indícios de que a mesma se encontra em situação de risco, necessitando de intervenção judicial para preservar sua integridade física e psicológica.”
“Em caso de violência doméstica, a palavra da mulher ofendida ostenta especial relevo e importância, pois a violação à integridade física e psicológica, de ordinário, ocorre sem a presença de testemunhas, não sendo razoável exigir, nesta fase procedimental, maior consistência nos elementos de aferição da verdade”, diz a decisão.
Ataques em Brasília
O ataque às sedes dos Três Poderes no domingo (8) terminou com vidraças e móveis quebrados, obras de arte e objetos históricos vandalizados, gabinetes de autoridades invadidos, documentos rasgados e armas roubadas, rasgaram documentos e roubaram armas.
O prejuízo ao patrimônio público está calculado em ao menos R$ 3 milhões apenas na Câmara dos Deputados — sede de parte do Legislativo, também composto pelo Senado Federal. Até o fim da noite de segunda-feira (9), pelo menos 1,2 mil pessoas haviam sido presas.
G1 ES