Um homem com registro de Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador (CAC) e outras três pessoas, entre elas duas mulheres, foram presos suspeitos de comprar e revender armas e munição para traficantes da Grande Vitória. As prisões aconteceram durante a Operação “Guarapari Drill,” realizada pela Delegacia Especializada de Armas e Munições (Desarme), na última sexta-feira (10) com resultado divulgado nesta terça-feira (15).
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Durante a operação, foram cumpridos mandados de prisão temporária contra os suspeitos, além de quatro mandados de busca e apreensão em Vitória e Vila Velha.
Também foram apreendidos dois computadores, além de armas, munição e pedras aparentemente preciosas, que serão periciadas e avaliadas.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo era de Guarapari. O homem com registro de CAC adquiria as armas e a munição de forma legal e, com a ajuda dos três comparsas, abastecia o tráfico de drogas de Vitória e Vila Velha.
O delegado Daniel Belchior, titular da Desarme, contou que as investigações começaram com a apreensão de um fuzil usado em um confronto entre facções rivais em Vila Velha sete meses antes das prisões.
Foi durante a verificação do histórico da arma que a polícia descobriu que a arma tinha sido adquirida pelo CAC e o suspeito teria simulado um furto para vendê-la sem chamar a atenção dos órgãos de fiscalização.
“O registro de pessoas que compram através do certificado de registro de CAC, fica restrito. Algumas especificações do fuzil chamaram atenção e a gente conseguiu consultar junto ao Exército de quem seria esse armamento específico e conseguiu identificar que seria ligado ao CAC e teve um registro de furto desse material”, falou.
Material apreendido pela Polícia Civil com grupo de quatro pessoas suspeito de fornecer armas e munição para traficantes da Grande Vitória. — Foto: Polícia Civil/Divulgação
“Com base nas investigações e diligências realizadas ao longo de sete meses, a gente descobriu que não houve um furto. Ele simulou que o fuzil tinha sido furtado para justificar a perda e os órgãos de fiscalização não identificarem que ele havia vendido”, detalhou o delegado.
O homem obteve o registro de CAC dois anos antes.
Segundo a polícia, o fuzil foi vendido por R$ 70 mil para traficantes de Vitória e depois repassado para traficantes de Vila Velha.
Com a venda feita, os suspeitos decidiram continuar abastecendo o tráfico de drogas e já tinham outras negociações em andamento.
“[O grupo] passou a querer fazer novas vendas e, com a permanência da relação com o tráfico, levantar o dinheiro necessário para reabastecer o próprio negócio. Chegou a vender acessórios e estava em tratativas para vender um fuzil 762. Ele [o CAC] estava em tratativas para comprar diversas armas”, disse o delegado Daniel Belchior.
A Polícia Civil também investiga se mais pessoas tem cometido o mesmo crime no Espírito Santo.
“A gente tem identificado, inclusive tem investigações em andamento, a atuação do tráfico em aliciar pessoas que adquirem essa permissão para comprar armas legalmente para repassá-las ao trafico”, disse o delegado Daniel Belchior.
Também participaram da operação, que resultou na prisão do grupo, policiais da Superintendência de Inteligência e Ações Estratégicas (Siae), Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco), Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT) e Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).
As investigações envolvendo o grupo seguem em andamento. Os nomes dos presos não foram divulgados.
G1 ES