Um empresário, dono de uma loja de armas, foi preso, na manhã desta quinta-feira (26), em Vitória, durante a Operação Silhueta, realizada pela força-tarefa de segurança pública do Espírito Santo com o objetivo encontrar mais provas e prender pessoas investigadas por participar de um esquema fraudulento de venda de munição e de armas.
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Na capital capixaba, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão. Outro mandado de busca foi cumprido na Serra.
Em Vitória, a operação se concentrou na Ilha de Monte Belo, na Ilha de Santa Maria, em Jabour e na Ladeira São Bento, no Centro.
Na Ilha de Monte Belo, foram dois pontos de operação. Foi lá que ocorreu a prisão do empresário, encontrado em uma casa.
O homem é dono de uma loja de venda de armas localizada a 300 metros da residência, que funciona também como um clube de treinamento de tiro. A loja foi o alvo principal da operação.
Além do empresário, uma mulher, que estava na mesma casa, também foi conduzida para a sede da Polícia Federal.
Dentro do imóvel havia um malote, que foi retirado pelos policiais, e um carro de alto padrão, avaliado em R$ 700 mil.
O nome do preso não foi divulgado. O advogado dele foi à sede da PF e não informou se irá se pronunciar sobre o fato.
O delegado chefe da força-tarefa, Bruno Zane , disse que ele vai ser ouvido e encaminhado ao sistema prisional.
Já na Serra, o mandado de busca em Morada de Laranjeiras tem como alvo uma mansão, avaliada em R$ 2,5 milhões. No local, estaria o sócio do empresário.
Clube tiros é alvo de investigação
A força-tarefa é composta por policiais federais, policiais rodoviários federais e guardas municipais. De acordo com a Polícia Federal, os investigados na operação desta quinta fraudavam mecanismos de fiscalização de armas e munição para venderem esses itens por preços superiores aos praticados no mercado legal.
Por vezes, esses equipamentos acabavam nas mãos de membros de organizações criminosas da Grande Vitória.
As investigações tiveram início há três anos, após a Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais da PF perceber indícios da existência de um esquema de desvio e venda ilegal de munição envolvendo proprietários e funcionários da loja de armas de fogo, em Vitória.
“Os proprietários e funcionários do clube de tiro estariam vendendo munições de forma irregular valendo-se do lançamento nos mapas de venda do nome de pessoas que já haviam comprado anteriormente em sua loja. A partir daí, lançavam a compra de uma quantidade de munições em nome do cliente, muito embora aquela pessoa nunca tenha feito tal aquisição. Na sequência, a loja dava baixa em seu estoque e a munição era vendida no mercado clandestino por um valor bem acima do mercado”, explicou a PF.
O aprofundamento da investigação indicou que, no mesmo estabelecimento, também estariam ocorrendo desvios relativos ao comércio de pistolas semiautomáticas.
“Em razão do tipo de adulteração realizada nos números de série das armas [para concretização das vendas fraudulentas], os criminosos acreditavam que permaneceriam impunes”, ressaltou a PF.
O local já foi alvo de uma fiscalização por parte do Exército no ano passado, mas na ocasião os militares não conseguiram ter acesso ao estoque do local.
Crimes
Os investigados responderão inicialmente pelos crimes de falsidade Ideológica e comércio Ilegal de arma de fogo. Somadas, as penas podem chegar a mais de 17 anos de prisão.
G1 ES