A Rússia substituiu o comandante da Frota do Mar Negro, sediada na Crimeia, informou uma agência de notícias estatal nesta quarta-feira (17), depois que uma série de explosões abalou a península que anexou em 2014 e que era vista como um base segura para a guerra na Ucrânia.
Moscou culpou sabotadores pelas explosões que atingiram um depósito de munição no norte da Crimeia na terça-feira. Nuvens de fumaça foram vistas mais tarde em uma segunda base militar russa no centro da Crimeia, segundo o jornal russo Kommersant.
A Ucrânia não assumiu oficialmente a responsabilidade, mas a indicou. A aparente capacidade ucraniana de atacar mais profundamente o território ocupado pelos russos, seja com algum tipo de arma ou com sabotagem, sugere uma mudança no conflito. Explosões destruíram aviões de guerra em uma base aérea russa na Crimeia na semana passada.
Nesta quarta-feira, a agência de notícias russa RIA informou, citando fontes, que o comandante de sua frota do Mar Negro, Igor Osipov, foi substituído por um novo chefe, Viktor Sokolov.
Se confirmada, a mudança marcará uma das saídas mais importantes de um oficial militar até agora em uma guerra na qual a Rússia sofreu grandes perdas em homens e equipamentos.
De acordo com a RIA, as fontes disseram que o novo chefe foi apresentado a membros do conselho militar da frota no porto da Crimeia de Sebastopol.
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Operação militar especial
A Frota do Mar Negro, que tem uma história reverenciada na Rússia, tem sofrido várias humilhações desde que o presidente Vladimir Putin lançou a invasão da Ucrânia – que Moscou chama de “operação militar especial” – em 24 de fevereiro.
Em abril, a Ucrânia atingiu o emblemático Moskva, um enorme cruzador, com mísseis Neptune. Ele se tornou o maior navio de guerra a ser afundado em combate em 40 anos.
A Crimeia, que a Rússia tomou da Ucrânia em 2014 e tem se fortalecido desde então, é a principal rota de abastecimento para as forças russas no sul da Ucrânia, onde Kiev planeja uma contraofensiva nas próximas semanas.
O presidente Volodymyr Zelenskiy pediu aos ucranianos que evitem bases militares russas e depósitos de munição e disse que as explosões podem ter várias causas, incluindo incompetência.
AGENCIA BRASIL