Um homem de 27 anos e uma mulher de 25, que não tiveram os nomes revelados, foram presos, nesta quinta-feira (23), em Vila Velha, na Grande Vitória, suspeitos de integrarem uma organização criminosa especializada em falsificar documentos para criminosos foragidos de diversos estados do país.
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De acordo com a Polícia Civil, os dois utilizavam fotos dos criminosos, mas utilizavam o nome, idade e data de nascimento de pessoas inocentes para forjar carteiras de habilitação e documentos de identidade.
A qualidade da falsificação chamou a atenção até mesmo dos investigadores. O material driblava até mesmo mecanismos de segurança da polícia como a “luz negra” utilizada para atestar a autenticidade do papel dos documentos.
Quando apontada para documentos verdadeiros a luz evidencia marcas escondidas em tom esverdeado, o que também acontecia com os papéis falsificados pela dupla.
“A gente nota uma falsificação de qualidade muito elevada. Se passar a luz negra nas cédulas, algo corriqueiro em falsificações, você encontra um tom azulado nos itens de segurança, e no original você encontra um tom esverdeado, o que foi possível verificar nessa luz negra”, disse o perito oficial criminal Gabriel Alípio, da Seção de Reprodução Simulada e Exames Especiais
Eles foram presos na casa onde moravam, no bairro Novo México. Ao todo, 26 documentos falsos foram apreendidos, assim como impressoras e outros equipamentos utilizados no processo.
Ajuda interna não é descartada
Tendo em vista a qualidade do material apreendido, os investigadores responsáveis pelo caso tentam descobrir de que forma os dois conseguiam o papel usado como base.
Os documentos vão passar por perícia e uma possível participação de servidores públicos não está descartada pela polícia.
“Quando nos deparamos com o material, percebemos a perfeição que tinha o papel utilizado pelos criminosos. E começamos a investigar essa questão e percebemos que, se não é o papel original que chega à polícia, é um papel de altíssima perfeição”, afirmou o chefe da Divisão Patrimonial da Polícia Civil, delegado Gabriel Monteiro.
Qualidade da falsificação chamou a atenção até mesmo dos investigadores
Máscaras para a divulgação
Ainda segundo a polícia, o material era vendido por R$ 500, mas há a suspeita de que os dois lucravam muito mais do que essa quantia.
Os principais clientes da dupla eram traficantes de drogas foragidos da Justiça do Espírito Santo e de pelo menos mais quatro estados.
Para fazer a divulgação dos documentos falsificados, a dupla utilizava máscaras e postava vídeos que eram encaminhados em grupos de criminosos no WhatsApp, de acordo com a investigação.
G1 ES