A formatura da Brigada 21, turma de brigadistas formada por pessoas com Síndrome de Down, foi realizada nesta segunda-feira (18) no Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo, na Enseada do Suá, em Vitória.
De acordo com o governo do Espírito Santo, trata-se da primeira turma de brigadistas do país a ser totalmente composta por pessoas com Síndrome de Down.
O nome da brigada faz referência ao cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome aparece com “3” exemplares (trissomia).
O projeto contou com 13 alunos e aconteceu por meio de uma parceria entre o Governo do estado, Corpo de Bombeiros e Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Síndrome de Down do Espírito Santo, o Vitória Down.
As aulas foram ministradas no final do ano passado, no Centro de Ensino e Instrução dos Bombeiros (Ceib).
Durante o curso, os alunos receberam um treinamento com carga horária de 20 horas e cinco encontros presenciais. O conteúdo, apostilas, treinamento dos instrutores e preparação das aulas práticas foram adaptados às necessidades da turma.
Umas das formandas, a jovem Daniela Frigieri Campos, de 21 anos, gostou tanto do que aprendeu que pretende seguir na profissão.
“Quero ser bombeira para poder ajudar as pessoas e combater os incêndios”, disse.
A mãe de Daniela, a professora Viviane Campos, contou que o curso também foi importante para o desenvolvimento, aprendizado e motivação da filha e demais alunos.
“Estávamos passando por uma pandemia e eles se reencontraram, pessoalmente, nesse curso de formação. Dani se realizou, se sentiu importante, capaz, que é o que sempre buscamos e mostramos a ela, que com esforço e perseverança todos somos capazes, cada um no seu tempo”, disse a mãe.
Sobre o desejo da filha de ser bombeira, ela disse que apoia e fica muito satisfeita.
“Ela percebeu que pode contribuir com a sociedade. Ela havia comentado comigo, e eu fico feliz. Dou a maior força”, contou.
Entre os conteúdos aprendidos pelos brigadistas estão primeiros socorros, combate a incêndio e abandono de área.
Eles também aprenderam a lidar com situações domésticas como, abafar o fogo numa panela queimando com óleo corretamente e usar um extintor para apagar um princípio de incêndio.
Conter hemorragias, proteger ferimentos, imobilizar fraturas e orientar a evacuação de locais em situações de emergência, evitando tumulto, também estão entre os temas ensinados aos estudantes longo do curso.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Alexandre Cerqueira, disse que o aprendizado durante as aulas foi mútuo.
”Sabemos como essa iniciativa contribui para a inclusão desses brigadistas na sociedade e, nós, militares, também, vivenciamos um momento de grande aprendizado”, disse.
Por enquanto não há previsão de inscrições para a próxima turma de brigadistas do Espírito Santo.
G1 ES