Para CPI, ‘Queiroga está a um passo de ser indiciado’
Ministro da Saúde já prestou depoimento duas vezes, mas senadores querem ouvi-lo novamente
O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Randolfe Rodrigues (Rede), frisou nesta terça-feira (28) a importância de ouvir pela terceira vez na comissão o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “O ministro Queiroga está a um passo de ser indiciado nessa investigação”, afirmou. No fim dos trabalhos, a CPI pode propor o indiciamento de agentes públicos e privados por crimes cometidos.
Os senadores voltaram a falar em uma nova oitiva de Queiroga depois que o ministro anunciou a interrupção da vacinação de adolescentes, apesar da indicação dos laboratórios produtores de vacina e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Dias depois do anúncio e de afirmar que os estados deveriam seguir a orientação do Ministério da Saúde, a pasta recuou e voltou a indicar a vacina contra a Covid-19 para adolescentes.
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“Se eu fosse ele, estaria mais interessado em vir à CPI dos que nós. Sabe por quê? Porque há chance de ele não ser indiciado. E, para ele não ser indiciado, eu pediria ao ministro Queiroga o cumprimento de duas condições: primeiro, garantir que crianças e adolescentes no Brasil sejam vacinados; segundo, apresentar a programação da vacinação para o ano que vem. Quantas vacinas já foram adquiridas? Quando começará a vacinação? Qual a programação da terceira dose? Estou pedindo o mínimo do ministro. Essas são as medidas preliminares de proteção às pessoas. Sem responder a essas perguntas satisfatoriamente, o ministro será indiciado”, afirmou Randolfe.
A convocação de Queiroga já foi aprovada. Entretanto, a viagem do ministro atrapalhou os planos dos senadores. Ele foi a Nova York com o presidente Jair Bolsonaro para a Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) e lá foi diagnosticado com Covid-19. Por isso, teve que ficar de quarentena nos Estados Unidos, onde está até o momento. Na reta final da comissão, o presidente Omar Aziz (PSD-AM) acreditou que não haveria tempo de ouvir o ministro.
Entretanto, com novos fatos envolvendo a operadora de saúde Prevent Senior, a previsão de entrega do relatório final – que seria no último dia 24 – foi postergada. Por isso deve haver tempo hábil para ouvir Queiroga. Randolfe quer que o ministro seja o último depoente da comissão.
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