Moradores da Grande São Pedro, em Vitória, fizeram um protesto na tarde deste sábado (8) contra a violência na região, que tem registrado ataques a tiros, tiroteios entre traficantes e também confrontos entre suspeitos e a polícia.
A concentração teve início na pracinha da orla de São Pedro, onde foi feito um momento de oração. Em seguida, os moradores seguiram em caminhada pelas ruas cantando louvores e pedindo o fim da guerra na região. Das sacadas das casas e prédios, muitas pessoas demonstraram apoio e outras se juntaram ao grupo.
Nos últimos dois meses a violência na Grande São Pedro deixou pessoas feridas, fechou escola e fez até o helicóptero do Núcleo de Operações Táticas e Transporte Aéreo (Notaer) sobrevoar a região.
Carlos Daniel Monteiro de 16 anos, filho do Pastor Derones Vieira, é uma das vítimas recentes da guerra entre traficantes. O pai do jovem participou do protesto deste sábado.
Moradores protestaram contra a violência na Grande São Pedro, Vitória — Foto: Reprodução/TV Gazeta
“Infelizmente estamos vivendo um tempo de medo e guerra, confrontos. Viemos pra rua para proclamar paz”, disse o pastor.
Outro que participou do protesto foi Márcio da Vitória. Ele também é pastor e perdeu o filho, Matheus Vinicius para a guerra do tráfico em março deste ano. Segundo a Polícia Civil, o jovem era inocente e foi morto porque traficantes acharam que ele estava passando informações para grupos rivais. Diego dos Santos Lutério foi preso como o mandante do crime e outros três suspeitos continuam foragidos.
“O tráfico tá em guerra, mas quem está sofrendo é a população porque há pessoas inocentes que estão sendo atingidas. Pessoas que nem tem envolvimento com o tráfico ou a guerra e estão sendo atingidas”, disse o pastor.
Graziele de Oliveira dos Santos, também perdeu o filho para a violência e participou do protesto. O filho dela, Gabriel Benevenuto de 15 anos foi assassinado no início do ano.
“A gente tem visto jovens muito novos se perdendo. O meu se foi com 15 anos e é muito triste porque a gente olha o cenário de São Pedro hoje e corre o risco de não ter jovens”, falou a moradora.
G1 ES