Está marcada para esta quarta-feira (16) a filiação do vice-presidente Hamilton Mourão ao partido Republicanos. O evento será realizado na sede nacional da legenda, em Brasília. A filiação será restrita a convidados e à imprensa, em razão de medidas de prevenção contra a Covid-19. Mourão deve disputar uma vaga no Senado pelo Rio Grande do Sul nas próximas eleições, em outubro.
Mourão vinha articulando para se filiar ao Republicanos desde janeiro deste ano. O general se encontrou, em meados de fevereiro, com o dirigente estadual da legenda no Rio Grande do Sul, deputado federal Carlos Gomes, para discutir a filiação, que foi administrada pelo diretório gaúcho do partido.
Para entrar no Republicanos, o general da reserva deixa o PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro). O anúncio de que ele não iria integrar a chapa à reeleição de Bolsonaro e, sim, se candidatar ao Senado pelo Rio Grande do Sul foi feito também em fevereiro.
O presidente nacional do novo partido de Mourão, Marcos Pereira (SP), comemorou a filiação. “Representa uma honra para o Republicanos e reforça o projeto de ampliação da força política do partido nas eleições de outubro.”
O deputado Aroldo Martins (Republicanos/PR) também comemorou. “Será um excelente quadro para o Republicanos, um homem público de perfil conservador, preparado, inteligente e moderado”, declarou.
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Há algum tempo, a relação de Mourão com o presidente Jair Bolsonaro já vinha dando sinais de desgaste. Em diversas ocasiões os posicionamentos do general da reserva desagradaram o presidente.
O exemplo mais recente foi no início do conflito entre Rússia e Ucrânia, quando Mourão criticou Vladimir Putin e disse que o Brasil não estava neutro na disputa, mas acabou sendo desautorizado por Bolsonaro. “Quem fala sobre esse assunto é o presidente, e ponto-final”, disse o chefe do Executivo. Horas depois, em sua live, Bolsonaro se referiu ao seu vice como “essa pessoa” e afirmou que ele não tinha competência para dar declarações sobre a guerra na Ucrânia.
Em setembro do ano passado, Mourão comentou o fato de Bolsonaro ter dito que ele seria um bom senador, mas também afirmou que ele não tem vivência política. “Estou satisfeito [com o que disse o presidente]”, declarou. “Sei ser milico. Não sei ser político,” acrescentou.
Mourão tem 68 anos e é natural de Porto Alegre (RS). General do Exército, ingressou na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) em 1972 e foi declarado aspirante a oficial da Arma de Artilharia em 1975. Comandou a 2ª Brigada de Infantaria de Selva em São Gabriel da Cachoeira (AM) e a 6ª Divisão de Exército em Porto Alegre (RS). Foi comandante militar do Sul e secretário de Economia e Finanças do Exército. Além desses cargos, presidiu o Clube Militar na cidade do Rio de Janeiro.
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