Operação do MP contra o tráfico de drogas prende 5 pessoas e bloqueia imóveis, iates, helicóptero e até avião no ES
Uma operação do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) cumpriu na manhã desta terça-feira (13) diversos mandados judiciais contra membros de organização criminosa constituída para lavagem de ativos. Além do pedido de prisão, foi solicitada e deferida judicialmente a restrição sobre 51 imóveis, 3 embarcações, 1 avião, 1 helicóptero, 28 veículos e 1 motocicleta.
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Foram seis mandados de prisão, mas cinco pessoas foram presas. A nova fase da operação Frisson foi realizada junto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com apoio da Polícia Militar. Segundo denúncia do MP, oito pessoas aparecem como envolvidos no esquema após a conclusão das investigações na operação.
A nova fase da operação possui seis mandados de prisão, além da busca e apreensão e indisponibilidade de extenso patrimônio dos denunciados, incluindo dezenas de imóveis, avião, helicóptero, iates, veículos de luxo, joias e valores. Alguns veículos e aeronaves foram destinados ao uso das forças de segurança pública.
Operação do MPES na manhã desta terça-feira (13) — Foto: Reprodução/Vitor Jubini
O dano calculado pelo MP pelos investigados gira em torno de R$ 60.491.735,89.
Ao todo, quatro membros do Ministério Público coordenam os trabalhos, auxiliados por 29 agentes do Gaeco.
A investigação começou em setembro de 2021 e contou com o apoio da Polícia Federal e da Receita Federal. No ano seguinte, foram cumpridos diversos mandados judiciais de busca e apreensão em residências e empresas dos então investigados.
A análise das provas arrecadadas ao longo da investigação permitiu identificar com detalhes uma organização criminosa constituída para a ocultação de bens, direitos e valores obtidos com a exploração do “jogo do bicho”, com décadas de histórico de lavagem de ativos, como meio de vida e sustento, retroalimentando outras atividades aparentemente lícitas utilizadas para dissimulação da origem dos valores ilícitos.
Pessoas jurídicas foram constituídas pelos denunciados ao longo dos anos para garantir a ocultação de valores, além de simulações transacionais de bens móveis e imóveis, com reinserção financeira dos valores em nome próprio ou de terceiros laranjas.
O grupo adquiriu bens de alto valor e utilizava agiotagem para mascarar a origem ilícita dos valores. Além disso, as evidências confirmam que os denunciados misturam os valores de fontes diversas para confundir os órgãos de controle, utilizando o sistema financeiro oficial para circular parcela dos valores, geralmente por depósitos em dinheiro vivo.
Com a denúncia, foram deferidos também pedidos de indisponibilidade e alienação antecipada de bens, como medidas preparatórias aos requerimentos dos confiscos ordinário, subsidiário e alargado do patrimônio indevido, buscando não apenas o ressarcimento do valor do dano calculado em R$ 60.491.735,89, mas também atingir o produto/proveito direto dos crimes, bem como aqueles bens que são incompatíveis com a renda lícita dos denunciados, calculados em R$ 64.679.731,06.
G1 ES