A prévia da inflação de preços no Brasil subiu 0,78% em dezembro, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com a variação, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) termina 2021 com alta de 10,42%, valor quase três vezes acima da meta estabelecida pelo governo para o ano, de 3,75%.
De acordo com os dados, a alta nos preços no período compreendido entre janeiro e dezembro foi a maior para um ano desde 2015, quando a prévia da inflação foi de 10,71%. Na comparação entre os meses de dezembro, o resultado deste ano é inferior a alta de 1,06% registrada em 2020,
O resultado de dezembro representa ainda uma desaceleração em relação aos saltos nos preços superiores a 1% apurados nos meses de setembro (+1,14%), outubro (+1,2%) e novembro (1,17%).
Mais uma vez, o maior impacto e a maior variação (+2,31%) partiram dos Transportes, que encerraram o ano com alta acumulada de 21,35% em 2021. Na sequência, aparecem os grupos de habitação (+0,9%) e alimentação e bebidas (+0,35%).
A alta do IPCA-15 foi influenciada, principalmente, pelos preços dos combustíveis (+3,4%) e, em particular, da gasolina (+3,28%). Além disso, os preços do etanol (+4,54%) e do óleo diesel (+2,22%) também subiram, embora as variações tenham sido menores que as do mês anterior (7,08% e 8,23%, respectivamente).
Os preços dos automóveis novos (+2,11%) e usados (+1,28%) também seguiram em alta. Outro destaque do mês foram as passagens aéreas (+10,07%), que voltaram a subir após o recuo de 6,34% observado em novembro.
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Entre os itens do grupo de habitação, a maior vilã do bolso foi novamente a energia elétrica (+0,96%), cujo resultado ficou próximo à variação do mês anterior. Os saltos são influenciados pela bandeira Escassez Hídrica, em vigor desde setembro, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.
Reajustes tarifários também impulsionaram os saltos de preços das cobranças de água e esgoto (+0,89%) e gás encanado (+2,58%). Também ficou mais caro, pelo 19º mês consecutivo, o gás de botijão (0,51%), que fecha 2021 com alta de 38,07% entre janeiro e dezembro.
A alta de 0,35% dos alimentos e das bebidas ocorreu, principalmente, devido ao salto de 0,46% nos preços dos produtos consumidos dentro de casa. No acumulado do ano, o grupo apresenta uma variação positiva de 8,68%.
Em dezembro, a maior contribuição para o grupo partiu do café moído (+9,1%), que acelerou em relação a novembro (4,91%). Além disso, os preços das frutas (+4,1%) e das carnes (+0,9%) subiram em dezembro, após os recuos do mês anterior (de -1,92% e -1,15%, respectivamente).
Ressalta-se, ainda, a alta da cebola (+19,4%), que já havia subido 7% em novembro. No lado das quedas, os destaques foram o tomate (-11,23%), o leite longa vida (-3,75%) e o arroz (-2,46%).
A alimentação fora de casa, por sua vez, variou 0,08%, apesar da alta de 1,62% no subitem refeição. Por outro lado, houve recuo de 3,47% nos preços do lanche no mesmo período.
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