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Subsecretário do ES investigado pela PF por receber propina é exonerado

Foi exonerado o funcionário público do governo do Espírito Santo acusado de participar de um esquema de corrupção na compra de álcool em gel.

A exoneração do subsecretário estadual de Agricultura Rodrigo Vaccari está publicada no Diário Oficial desta sexta-feira (18).

Pelas investigações da Polícia Federal, o funcionário teria recebido propina para beneficiar uma organização criminosa na compra de álcool.

Operação Volátil II, da PF, foi realizada nesta quinta (17) e cumpriu mandados de busca e apreensão em Vitória e na Serra.

A polícia disse que uma empresa de fachada foi criada em 2020 e participou de um processo de licitação do governo do estado no valor de mais de R$ 6 milhões.

Para vencer a licitação, a empresa usou empresários que fizeram contato direto com o servidor da Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). Ainda segundo a Polícia Federal, o servidor público recebeu R$ 840 mil de propina.

A PF investiga ainda a participação de outros funcionários públicos no esquema.

O que diz o exonerado

 

Em nota, Vaccari disse que “não se condena ninguém antecipadamente”.

“É um equívoco grave afirmar que houve superfaturamento, tomando como base os preços do álcool em gel em períodos de normalidade. Outro grande erro é usar distorções para justificar suposições, como a compra ou benfeitorias em uma chácara com dinheiro proveniente de vantagens indevidas, quando a aquisição do bem é de mais de uma década atrás, e a reforma foi feita com recursos próprios e recibos que datam de antes do pagamento feito por empresa contratada na pandemia, portanto anterior aos fatos apurados”, disse o ex-subsecretário.

Ainda acordo com o exonerado, “o cidadão de bem do Espírito Santo tem o direito de conhecer a verdade”.

O que diz o governo do ES

 

O governo do estado informou em nota que “diante da necessidade de enfrentamento da doença, o Espírito Santo adotou a estratégia da criação do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), estrutura pensada para resposta a desastres, com o apoio de servidores de diversas secretarias e órgãos do Poder Executivo estadual. Em decorrência deste tipo de estrutura é que se deu a participação do servidor da Seag, que já foi afastado das funções que ocupava até a devida apuração dos fatos”.

Ainda de acordo com o governo, a Secretaria de Estado de Controle e Transparência (Secont) atua desde o início do caso, com compartilhamento de provas judiciais concedido pela Justiça Federal, a pedido do próprio governo.

“As empresas envolvidas já respondem a processo administrativo de responsabilização, especialmente pela possibilidade de uso de documentos falsos durante a contratação, e qualquer servidor envolvido terá, desde já, sua conduta apurada pelo sistema correcional do estado”, diz parte da nota do governo.

O governo informou também que o Espírito Santo se “notabilizou pela eficiência e transparência de seus atos, sendo reconhecido por entidades de destaque na área como o estado mais transparente do país, incluindo, no enfrentamento à pandemia. Além de ser o estado mais efetivo do país na aplicação da Lei Anticorrupção, zelando pela boa aplicação de recursos e não tolerando atitudes incompatíveis”.

“O Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) acredita que todas as eventuais dúvidas serão dirimidas e afastada qualquer tipo de suspeita que recaia sobre esta ou qualquer outra aquisição realizada pelo estado”, diz trecho do texto divulgado pelo governo.

G1 ES