Dois homens armados invadiram uma casa e fizeram oito pessoas de uma mesma família – dentre elas duas crianças e um adolescente – reféns na noite deste domingo (11), em Ponta da Fruta, Vila Velha, na Grande Vitória. Os ladrões estavam armados, torturaram os reféns e roubaram móveis e um carro.
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A ação criminosa durou cerca de 40 minutos. Por volta das 23h, um funcionário público de 49 anos que estava no local foi buscar um lanche no portão. Foi quando dois criminosos pularam o muro que fica nos fundos do imóvel e renderam as vítimas.
“Quando eu fui fechar a porta da casa, ele já chegou com a arma na mão e me rendendo: ‘Cadê a arma? Cadê a arma? A gente já sabe que você é polícia’. Isso foi ‘fita’ dada. E sempre gritando, dizendo que ia atirar e que queria dinheiro”, afirmou o homem.
Segundo as testemunhas, os criminosos afirmavam que havia armas e dinheiro na casa.
Enquanto faziam ameaças e reviravam os cômodos, dois idosos de 70 anos, um homem e uma mulher, ficaram sentados no sofá. O genro deles, de 49 anos, foi obrigado a deitar no chão da sala. A filha do casal ede 40 anos tentou se esconder, mas foi encontrado pelos bandidos. Já a irmã dela, de 43 anos, se escondeu em um quarto com os filhos. No entanto, diante das ameaças, foi obrigada a abrir a porta.
Eles roubaram três TV’s, quatro celulares, joias, dinheiro e obrigaram as vítimas a colocar tudo no carro da família. Durante a confusão, ainda ameaçaram cortar os dedos da mulher de 43 anos, já que ninguém encontrava a chave do carro.
“Ele pegou um facão de uns 15 centímetros, colocou a mão dela em cima do teclado e começou a dizer que ia começar a cortar. ‘Quero a chave do carro, quero ir embora’. Aí eu fui, peguei, desesperada, as crianças no quarto chorando, enfiei a mão embaixo da colcha e achei a chave. Entreguei para ele”, contou uma das vítimas.
Após os momentos de terror, os bandidos resolveram ir embora. Contudo, não sabiam dirigir o carro automático, e obrigaram uma das vítimas a ir com eles dentro do veículo.
“Eles queriam que minha outra irmã fosse, mas ela não dirige. Minha irmã começou a gritar ‘não sei dirigir, não sei dirigir’. Meu pai, idoso, quis ir, mas eu disse que ia. O bandido foi falando que era para ficar tranquila pois iriam me soltar”, disse uma das vítimas.
A farmacêutica de 40 anos foi abandonada pouco depois, perto do bairro Interlagos, também em Vila Velha. Andou cerca de 40 minutos pela Rodovia do Sol e conseguiu voltar pra casa.
À reportagem, membros da família contaram terem ficado traumatizados. Eles se mudaram de Ipatinga, em Minas Gerais, dois anos antes do ocorrido por causa do sonho de morar perto da praia. Desde então já sofreram diversos episódios de violência.
A farmacêutica diz que já foi assaltada três vezes na farmácia dela e que nunca imaginou que um dia criminosos iriam entrar dentro da casa dela.
A Polícia Civil disse que, em casos onde não há detidos em flagrante, a vítima tem que registrar um boletim de ocorrência na delegacia. Quem tiver informações pode fazer denúncias, de forma anônima, pelo telefone 181.
G1 ES